segunda-feira, 18 de junho de 2007

WEBLIOGRAFIA: ARTIGOS DO SCIELO SOBRE LEITURA




Vicente Martins
UVA, Sobral, CE

O objetivo do presente texto é o de levar ao conhecimento de interessados, particularmente estudantes de graduação e pós-graduação, na área de leitura e escrita e ainda os estudantes da pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado, informações sobre seleção ou captura de artigos científicos sobre a temática envolvendo a lectoescrita e suas dificuldades.
De forma mais imediata, pretendo com este texto-guia de leitura oferecer aos meus orientandos da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará, artigos preciosos, verdadeiras pérolas, para aquelas que desejam fazer uma boa monografia com aportes teóricos.

Numa orientação monográfica, não dispensaria a indicação, claro, de livros, mas a webliografia abaixo é suficiente para um bom trabalho monográfico, desde que seja bem lida e o aluno faça a resenha de cada um dos textos. O ideal é que o aluno baixe o artigo na versão PDF, em melhor formatação para leitura off-line.

Os links abaixo dão acesso à versão eletrônica, on-line, mas ao lado do texto, há uma série de links para explorar mais o texto escolhido, inclusive a versão para download em PDF. Baixar a versão em PDF, em diretório próprio, proporciona ao leitor-pesquisador a formação de sua própria webliografia.

A idéia é que, com esta compilação, os interessados em questões relacionadas com a linguagem (leitura, escrita e ortografia) possam ler estes excelentes textos e referenciá-los em seus trabalhos científicos. Como o Scielo tem respaldo acadêmico, especialmente junto às instâncias financiadoras da pesquisa no Brasil, podem ser citados e recomendamos que assim procedam para enriquecer à pesquisa webliográfica. Além disso, tem o Scielo o padrão de qualidade acadêmica ISSN.

Durante a elaboração de uma monografia, dissertação, tese ou mesmo pequeno trabalho de graduação, o estudante ou profissional de educação deve ler muitos textos convencionais(bibliografia) e os eletrônicos(weebliografia). No caso dos artigos científicos, capturados na Internet, a leitura, a referência ou citação, no trabalho, devem seguir o rigor de normatização da ABNT.

Assim, por exemplo, um dos artigos, publicados no site
http://www.scielo.br, quando for citado no trabalho científico, deve o redator proceder assim: SCHIRMER, CAROLINA R., Fontoura, Denise R. and NUNES, Magda L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. J. Pediatr. (Rio de J.), Abr 2004, vol.80, no.2, p.95-103. ISSN 0021. Disponível na Internet: 7557http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa11.pdf. Acessado ou capturado em 18 de junho de 2007.

Os links dos artigos:

1. Baldaçara, Leonardo et al. Hiperlexia em um caso de autismo e suas hipóteses. Rev. psiquiatr. clín., 2006, vol.33, no.5, p.268-271. ISSN 0101-6083

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832006000500007&lng=en&nrm=iso

2. Dell'Aringa, Ana Helena Bannwart, Adachi, Elisabeth Satico and Dell'Aringa, Alfredo Rafael A importância da leitura orofacial no processo de adaptação de AASI. Rev. Bras. Otorrinolaringol., Fev 2007, vol.73, no.1, p.101-105. ISSN 0034-7299

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992007000100016&lng=en&nrm=iso

3. DeNipoti, Cláudio. Deusdedit, Joakim, seus livros e autores. Rev. bras. Hist., 1998, vol.18, no.35, p.307-328. ISSN 0102-0188

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000100014&lng=en&nrm=iso

4. Bernardino Júnior, José Antonio et al. Aquisição de leitura e escrita como resultado do ensino de habilidades de consciência fonológica. Rev. bras. educ. espec., Dez 2006, vol.12, no.3, p.423-450. ISSN 1413-6538
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382006000300009&lng=en&nrm=iso

5. Capovilla, Fernando César et al. Quando alunos surdos escolhem palavras escritas para nomear figuras: paralexias ortográficas, semânticas e quirêmicas. Rev. bras. educ. espec., Ago 2006, vol.12, no.2, p.203-220. ISSN 1413-6538

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382006000200005&lng=en&nrm=iso

6. Bernardes, Alessandra Sexto. Do texto pelas mãos do escritor ao texto nas mãos do leitor: pensando a leitura e a escrita na biblioteca. Rev. Bras. Educ., Abr 2003, no.22, p.77-88. ISSN 1413-2478
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782003000100008&lng=en&nrm=iso






7. Salles, Jerusa Fumagalli de and Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta Funções neuropsicológicas em crianças com dificuldades de leitura e escrita. Psic.: Teor. e Pesq., Ago 2006, vol.22, no.2, p.153-162. ISSN 0102-3772

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722006000200004&lng=en&nrm=iso

8. Gomes, Maria Aparecida Mezzalira and Boruchovitch, Evely Desempenho no jogo, estratégias de aprendizagem e compreensão na leitura. Psic.: Teor. e Pesq., Dez 2005, vol.21, no.3, p.319-326. ISSN 0102-3772
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722005000300008&lng=en&nrm=iso

9. Ferreira, Sandra Patrícia Ataíde and Dias, Maria da Graça Bompastor Borges Compreensão de leitura: estratégias de tomar notas e da imagem mental. Psic.: Teor. e Pesq., Abr 2002, vol.18, no.1, p.51-62. ISSN 0102-3772
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722002000100007&lng=en&nrm=iso

10. Cardoso-Martins, Cláudia, Michalick, Mirelle França and Pollo, Tatiana Cury O papel do conhecimento do nome das letras no início da aprendizagem da leitura: evidência de indivíduos com síndrome de Down. Psicol. Reflex. Crit., 2006, vol.19, no.1, p.53-59. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722006000100008&lng=en&nrm=iso

11. Ferreira, Sandra Patrícia Ataíde and Dias, Maria da Graça B. B. Leitor e leituras: considerações sobre gêneros textuais e construção de sentidos. Psicol. Reflex. Crit., Dez 2005, vol.18, no.3, p.323-329. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722005000300005&lng=en&nrm=iso

12. Pinheiro, Ângela Maria Vieira. Heterogeneidade entre Leitores Julgados Competentes pelas Professoras. Psicol. Reflex. Crit., 2001, vol.14, no.3, p.537-551. ISSN 0102-7972

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000300009&lng=en&nrm=iso

13. Fontes, Maria José de Oliveira and Cardoso-Martins, Cláudia Efeitos da leitura de histórias no desenvolvimento da linguagem de crianças de nível sócio-econômico baixo. Psicol. Reflex. Crit., 2004, vol.17, no.1, p.83-94. ISSN 0102-7972

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722004000100011&lng=en&nrm=iso


14. Medeiros, José Gonçalves and Silva, Rosária Maria Fernandes da Efeitos de testes de leitura sobre a generalização em crianças em processo de alfabetização. Psicol. Reflex. Crit., 2002, vol.15, no.3, p.587-602. ISSN 0102-7972

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722002000300013&lng=en&nrm=iso
15. Santos, Acácia A. Angeli dos et al. O teste de Cloze na avaliação da compreensão em leitura. Psicol. Reflex. Crit., 2002, vol.15, no.3, p.549-560. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722002000300009&lng=en&nrm=iso

16. Salles, Jerusa Fumagalli de and Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta Processos cognitivos na leitura de palavras em crianças: relações com compreensão e tempo de leitura. Psicol. Reflex. Crit., 2002, vol.15, no.2, p.321-331. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722002000200010&lng=en&nrm=iso



17. Maia, Ana Cláudia Bortolozzi and Fonseca, Mônica Lúcia Quociente de inteligência e aquisição de leitura: um estudo correlacional. Psicol. Reflex. Crit., 2002, vol.15, no.2, p.261-270. ISSN 0102-7972

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722002000200004&lng=en&nrm=iso

18. Capovilla, Fernando César, Capovilla, Alessandra Gotuzo Seabra and Macedo, Elizeu Coutinho de Rota Perilexical na Leitura em Voz Alta: Tempo de Reação, Duração e Segmentação na Pronúncia. Psicol. Reflex. Crit., 2001, vol.14, no.2, p.409-427. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000200015&lng=en&nrm=iso

19. Pinheiro, Ângela Maria Vieira and Rothe-Neves, Rui Avaliação Cognitiva de Leitura e Escrita: As Tarefas de Leitura em Voz Alta e Ditado. Psicol. Reflex. Crit., 2001, vol.14, no.2, p.399-408. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000200014&lng=en&nrm=iso


20. Cardoso-Martins, Cláudia and Pennington, Bruce F. Qual é a Contribuição da Nomeação Seriada Rápida para a Habilidade de Leitura e Escrita?: Evidência de Crianças e Adolescentes com e sem Dificuldades de Leitura. Psicol. Reflex. Crit., 2001, vol.14, no.2, p.387-397. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000200013&lng=en&nrm=iso

21. Capovilla, Alessandra G. S. and Capovilla, Fernando C. Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-econômico. Psicol. Reflex. Crit., 2000, vol.13, no.1, p.07-24. ISSN 0102-7972
22. Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000100003&lng=en&nrm=iso

23. Cardoso-Martins, Cláudia and Frith, Uta Consciência fonológica e habilidade de leitura na síndrome de down. Psicol. Reflex. Crit., 1999, vol.12, no.1, p.209-224. ISSN 0102-7972
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721999000100014&lng=en&nrm=iso

24. Ferreira, Sandra Patrícia Ataíde and Dias, Maria da Graça Bompastor Borges A escola e o ensino da leitura
. Psicol. estud., Jun 2002, vol.7, no.1, p.39-49. ISSN 1413-7372
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722002000100007&lng=en&nrm=iso
25. Sampaio, Isabel S. and Santos, Acácia A. Angeli dos Leitura e redação entre universitários: avaliação de um programa de intervenção. Psicol. estud., Jun 2002, vol.7, no.1, p.31-38. ISSN 1413-7372

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722002000100006&lng=en&nrm=iso

26. Capovilla, Alessandra Gotuzo Seabra, Capovilla, Fernando César and Suiter, Ingrid Processamento cognitivo em crianças com e sem dificuldades de leitura. Psicol. estud., Dez 2004, vol.9, no.3, p.449-458. ISSN 1413-7372
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722004000300013&lng=en&nrm=iso

27. Miilher, Liliane Perroud and Ávila, Clara Regina Brandão de Variáveis lingüísticas e de narrativas no distúrbio de linguagem oral e escrita. Pró-Fono R. Atual. Cient., Ago 2006, vol.18, no.2, p.177-188. ISSN 0104-5687

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-56872006000200007&lng=en&nrm=iso

28. Paula, Giovana Romero, Mota, Helena Bolli and Keske-Soares, Márcia A terapia em consciência fonológica no processo de alfabetização. Pró-Fono R. Atual. Cient., Ago 2005, vol.17, no.2, p.175-184. ISSN 0104-5687
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-56872005000200006&lng=en&nrm=iso

29. Silveira, Fabrício José Nascimento da and Moura, Maria Aparecida A estética da recepção e as práticas de leitura do bibliotecário-indexador. Perspect. ciênc. inf., Abr 2007, vol.12, no.1, p.123-135. ISSN 1413-9936
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362007000100010&lng=en&nrm=iso

30. Schirmer, Carolina R., Fontoura, Denise R. and Nunes, Magda L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. J. Pediatr. (Rio de J.), Abr 2004, vol.80, no.2, p.95-103. ISSN 0021-7557
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000300012&lng=en&nrm=iso

31. Lewgoy, Bernardo. Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita. Horiz. antropol., Dez 2004, vol.10, no.22, p.255-282. ISSN 0104-7183
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832004000200011&lng=en&nrm=iso

32. Abreu, Márcia. "Então se forma a história bonita": relações entre folhetos de cordel e literatura erudita. Horiz. antropol., Dez 2004, vol.10, no.22, p.199-218. ISSN 0104-7183
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832004000200008&lng=en&nrm=iso

33. Silva, Vitória Rodrigues e. Estratégias de leitura e competência leitora: contribuições para a prática de ensino em História. História, 2004, vol.23, no.1-2, p.69-83. ISSN 0101-9074
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742004000200005&lng=en&nrm=iso

34. Pestun, Magda Solange Vanzo. Consciência fonológica no início da escolarização e o desempenho ulterior em leitura e escrita: estudo correlacional. Estud. psicol. (Natal), Dez 2005, vol.10, no.3, p.407-412. ISSN 1413-294X

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2005000300009&lng=en&nrm=iso

35. Capovilla, Fernando et al. Processos logográficos, alfabéticos e lexicais na leitura silenciosa por surdos e ouvintes. Estud. psicol. (Natal), Abr 2005, vol.10, no.1, p.15-23. ISSN 1413-294X
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2005000100003&lng=en&nrm=iso

36. Salles, Jerusa Fumagalli de and Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta Compreensão textual em alunos de segunda e terceira séries: uma abordagem cognitiva. Estud. psicol. (Natal), Abr 2004, vol.9, no.1, p.71-80. ISSN 1413-294X
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2004000100009&lng=en&nrm=iso

37. Oliveira, João Batista Araujo e. Avaliação em alfabetização. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Set 2005, vol.13, no.48, p.375-382. ISSN 0104-4036

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362005000300007&lng=en&nrm=iso

38. Fernández, Gretel Eres and Kanashiro, Daniela S. Kawamoto Leitura em língua estrangeira: entre o ensino médio e o vestibular. Educ. Pesqui., Ago 2006, vol.32, no.2, p.279-291. ISSN 1517-9702
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022006000200005&lng=en&nrm=iso
39. Belintane, Claudemir. Leitura e alfabetização no Brasil: uma busca para além da polarização. Educ. Pesqui., Ago 2006, vol.32, no.2, p.261-277. ISSN 1517-9702
Disponível na Internet:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022006000200004&lng=en&nrm=iso

40. Stivanin, Luciene and Scheuer, Claudia Inês Tempo de latência e exatidão para leitura e nomeação em crianças escolares: estudo piloto. Educ. Pesqui., Dez 2005, vol.31, no.3, p.425-436. ISSN 1517-9702

Disponível na Internet:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022005000300007&lng=en&nrm=iso

41. Caldas, Graça. Mídia, escola e leitura crítica do mundo. Educ. Soc., Abr 2006, vol.27, no.94, p.117-130. ISSN 0101-7330

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022005000300007&lng=en&nrm=iso

42. Soares, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Dez 2002, vol.23, no.81, p.143-160. ISSN 0101-7330
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302002008100008&lng=en&nrm=iso

43. Galvão, Ana Maria de Oliveira. Oralidade, memória e a mediação do outro: práticas de letramento entre sujeitos com baixos níveis de escolarização - o caso do cordel (1930-1950). Educ. Soc., Dez 2002, vol.23, no.81, p.115-142. ISSN 0101-7330
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302002008100007&lng=en&nrm=iso



44. Bonamino, Alicia, Coscarelli, Carla and Franco, Creso Avaliação e letramento: concepções de aluno letrado subjacentes ao SAEB e ao PISA. Educ. Soc., Dez 2002, vol.23, no.81, p.91-113. ISSN 0101-7330
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302002008100006&lng=en&nrm=iso

45. Belmiro, Celia Abicalil. A imagem e suas formas de visualidade nos livros didáticos de Português
. Educ. Soc., Ago 2000, vol.21, no.72, p.11-31. ISSN 0101-7330

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302000000300002&lng=en&nrm=iso

46. Ribeiro, Vera Masagão. Alfabetismo funcional: referências conceituais e metodológicas para a pesquisa. Educ. Soc., Dez 1997, vol.18, no.60, p.144-158. ISSN 0101-7330

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301997000300009&lng=en&nrm=iso


47. SERRANI-INFANTE, Silvana. Resonancias discursivas y cortesía en prácticas de lecto-escritura. DELTA, 2001, vol.17, no.1, p.31-58. ISSN 0102-4450

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502001000100002&lng=en&nrm=iso

48. Scaramucci, Matilde V. Ricardi. A COMPETÊNCIA LEXICAL DE ALUNOS UNIVERSITÁRIOS APRENDENDO A LER EM INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA. DELTA, Ago 1997, vol.13, no.2, p.215-246. ISSN 0102-4450

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501997000200003&lng=en&nrm=iso

49. Leite, Sérgio Antonio da Silva and Vallim, Ana Marisa de Campos O desenvolvimento do texto dissertativo em crianças da 4ª série. Cad. Pesqui., Mar 2000, no.109, p.173-200. ISSN 0100-1574
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742000000100008&lng=en&nrm=iso


50. Dietzsch, Mary Julia Martins. Professoras dialogam com o texto literário. Cad. Pesqui., Ago 2004, vol.34, no.122, p.359-389. ISSN 0100-1574

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742004000200005&lng=en&nrm=iso

51. Amorim, Marilia. Vozes e silêncio no texto de pesquisa em Ciências Humanas. Cad. Pesqui., Jul 2002, no.116, p.07-19. ISSN 0100-1574

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742002000200001&lng=en&nrm=iso

52. Lodi, Ana Claudia. A leitura em segunda língua: práticas de linguagem constitutivas da(s) subjetividade(s) de um grupo de surdos adultos. Cad. CEDES, Ago 2006, vol.26, no.69, p.185-204. ISSN 0101-3262

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622006000200005&lng=en&nrm=iso


53. Freitas, Maria Teresa de Assunção. Sites construídos por adolescentes: novos espaços de leitura/escrita e subjetivação. Cad. CEDES, Abr 2005, vol.25, no.65, p.87-101. ISSN 0101-3262

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622005000100007&lng=en&nrm=iso

54. Guedes-Pinto, Ana Lúcia and Fontana, Roseli Aparecida Cação As mulheres professoras, as meninas leitoras e o menino leitor: a iniciação no universo da escrita no patriarcalismo rural brasileiro. Uma leitura a partir de Infância de Graciliano Ramos. Cad. CEDES, Ago 2004, vol.24, no.63, p.165-191. ISSN 0101-3262

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622004000200004&lng=en&nrm=iso



55. Mortatti, Maria do Rosário Longo. Cartilha de alfabetização e cultura escolar: um pacto secular. Cad. CEDES, Nov 2000, vol.20, no.52, p.41-54. ISSN 0101-3262
Disponível na Internet:
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56. Oliveira, Cátia Regina Guidio Alves de and Souza, Rosa Fátima de As faces do livro de leitura. Cad. CEDES, Nov 2000, vol.20, no.52, p.25-40. ISSN 0101-3262

Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622000000300003&lng=en&nrm=iso

57. Cunha, Maria Teresa Santos. Mulheres e romances: Uma intimidade radical. Cad. CEDES, Jul 1998, vol.19, no.45, p.100-100. ISSN 0101-3262
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000200007&lng=en&nrm=iso

58. Morais, Maria Arisnete Câmara de. A leitura de romances no século XIX. Cad. CEDES, Jul 1998, vol.19, no.45, p.71-85. ISSN 0101-3262
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000200005&lng=en&nrm=iso
59. Medina, Alice Maria Corrêa et al. Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular controlados clinicamente com medicação tópica. Arq. Bras. Oftalmol., Fev 2007, vol.70, no.1, p.115-119. ISSN 0004-2749
Disponível na Internet:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492007000100021&lng=en&nrm=iso

60. Bosco, Francisco. Roland Barthes, entre o clássico e a vanguarda. Alea, Jun 2004, vol.6, no.1, p.43-52. ISSN 1517-106X
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Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail:
vicente.martins@uol.com.br

WEBLIOGRAFIA: ARTIGOS NO PORTAL SCIELO SOBRE DISLEXIA






Compilação de Vicente Martins
UVA, Sobral, CE.


1. Arduini, Rodrigo Genaro, Capellini, Simone Aparecida and Ciasca, Sylvia Maria Comparative study of the neuropsychological and neuroimaging evaluations in children with dyslexia. Arq. Neuro-Psiquiatr., June 2006, vol.64, no.2b, p.369-375. ISSN 0004-282X
Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2006000300004&lng=en&nrm=iso

2. Pestun, Magda S. Vanzo, Ciasca, Sylvia and Gonçalves, Vanda Maria Gimenes A importância da equipe interdisciplinar no diagnóstico de dislexia do desenvolvimento: relato de caso. Arq. Neuro-Psiquiatr., Jun 2002, vol.60, no.2A, p.328-332. ISSN 0004-282X
Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2002000200029&lng=en&nrm=iso

3. Pinheiro, Ângela Maria Vieira. Heterogeneidade entre Leitores Julgados Competentes pelas Professoras. Psicol. Reflex. Crit., 2001, vol.14, no.3, p.537-551. ISSN 0102-7972

Dispomível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000300009&lng=en&nrm=iso

4. Sauer, Luciane et al. Processamento auditivo e SPECT em crianças com dislexia. Arq. Neuro-Psiquiatr., Mar 2006, vol.64, no.1, p.108-111. ISSN 0004-282X

Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2006000100022&lng=en&nrm=iso

5. Schirmer, Carolina R., Fontoura, Denise R. and Nunes, Magda L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. J. Pediatr. (Rio de J.), Abr 2004, vol.80, no.2, p.95-103. ISSN 0021-7557

Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000300012&lng=en&nrm=iso


6. Siviero, Marilena Occhini et al. Eye-hand preference dissociation in obsessive-compulsive disorder and dyslexia. Arq. Neuro-Psiquiatr., June 2002, vol.60, no.2A, p.242-245. ISSN 0004-282X

Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2002000200011&lng=en&nrm=iso

7. Salles, Jerusa Fumagalli de and Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta Funções neuropsicológicas em crianças com dificuldades de leitura e escrita. Psic.: Teor. e Pesq., Ago 2006, vol.22, no.2, p.153-162. ISSN 0102-3772

Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722006000200004&lng=en&nrm=iso

8. Miilher, Liliane Perroud and Ávila, Clara Regina Brandão de Variáveis lingüísticas e de narrativas no distúrbio de linguagem oral e escrita. Pró-Fono R. Atual. Cient., Ago 2006, vol.18, no.2, p.177-188. ISSN 0104-5687
Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-56872006000200007&lng=en&nrm=iso


9. Schirmer, Carolina R., Fontoura, Denise R. and Nunes, Magda L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. J. Pediatr. (Rio de J.), Abr 2004, vol.80, no.2, p.95-103. ISSN 0021-7557
Disponível na Internet: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000300012&lng=en&nrm=iso



Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral, Estado Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br


sábado, 16 de junho de 2007

COMO A FAMÍLIA INFLUENCIA NA FORMAÇÃO DE LEITORES


Vicente Martins

Uma das reclamações mais freqüentes de pais, com filhos em idade escolar, é a de que as instituições de ensino, públicas ou privadas, populares ou burguesas, não têm dado uma resposta adequada e, em tempo hábil, às crianças que sofrem com as dificuldades de leitura e de escrita no ensino fundamental.
A família tem a incumbência de ajudar no processo de formação leitora de seus filhos. As dificuldades lectocritoras atingem ricos e pobres, brancos ou negros, europeus ou latinos, em todas as famílias, que estão nos bancos escolares. Para se ter uma idéia da incidência das dificuldades escolares , no âmbito das instituições de ensino, salientaremos que entre 10 a 15 por cento da população em idade escolar vão apresentar, em sala de aula, algum tipo de dificuldade de aprendizagem.
A escola ainda não responde, eficazmente, ao desafio de trabalhar com as necessidades educacionais das crianças especiais, especialmente às relacionadas com as dificuldades de linguagem como dislexia, disgrafia e disortografia.
A dislexia ocorre quando uma criança não lê bem ou não encontra sentido diante do texto escrito. A disgrafia e a ortografia se manifestam quando há dificuldade no plano da escrita ou do ato de escrever. São os distúrbios de letras déficits que preocupam os pais porque sabem que o sucesso escolar de seus filhos depende, e muito, da aprendizagem eficiente da leitura, escrita e ortografia.
2. Desenvolvimento da competência lectoescritora
Os pais são os primeiros a observar as dificuldades leitoras de seus filhos. Não são poucos os relatos de ansiedade dos pais por se depararem, amiúde, com as dificuldades de aquisição e desenvolvimento linguagem verbal, oral e escrita, de seus filhos.
A leitura e a escrita são duas habilidades complexas e imprescindíveis para aquisição para as demais habilidades escolares como a de calcular e de contemplar os saberes acumulados historicamente na civilização do conhecimento.
Os pais, nos seus relatos, apontam educandos que, aos 8 ou 9 anos de idade, apresentam leitura e escrita ou ortografia defeituosas. A troca de letras na escrita ou a troca de fonemas na fala ou leitura são os principais indicadores das dificuldades lectoescritoras.
A falta de planejamento no ato de escrever ou a falta de uma compreensão leitora, após a leitura de texto, são indicadores do grau de complexidade da lectoescrita no meio escolar.
Nessa faixa etária, particularmente no primeiro ciclo da educação formal e sistemático, no ensino fundamental, as preocupações dos pais se voltam para os primeiros indícios de deficiências lingüísticas.
Os transtornos de leitura, as diversas dislexias (fonológica e ortográfica) e de escrita (disgrafias) e ainda disortografia (má grafia das palavras) são as principais queixas dos pais.
A tese de que a escola é uma fábrica de maus leitores não deve ser descartada nesse momento. Não se trata de encontrar culpados, mas de buscar as raízes do fracasso escolar.
A escola, apesar de ser uma instituição antiga, ainda está engatinhando no ensino científico da línguas materna e estrangeira.
A dispedagogia, ausência de método eficaz no ensino escolar, por incúria do sistema político ou por incompetência da gestão pedagógica, é apontada hoje como mais importante causa do fracasso do ensino da lectoescrita e, a insistência no equívoco, acaba por gerar, ao longo de mais de uma década de formação escolar, uma aprendizagem deficiente, “patológica”, causando uma série de “atrasos”, “alterações” “distúrbios” ou “perdas” de letras.
A escola, a rigor, não se deu conta de que ensinar bem é favorecer à memória de longo prazo das crianças (MLP), para que estas armazenem informações e conhecimentos por um longo período da vida escolar. Assimilar bem os conteúdos escolares deve ser verdadeiramente a finalidade última da escola.
Numa linguagem comum, ensinar para vida é ensinar a pescar e não se limitar a dar o peixe: é ensinar a aprender a aprender. É numa palavra: desenvolver, na criança, a capacidade de aprender.
O significado de aprender deve ser portanto o de se alcançar uma assimilação ativa. Aprender na educação infantil, levar esses conhecimentos para o ensino fundamental e aprofundá-los no ensino médio, de tal modo que, na última etapa da educação básica, os jovens tenham desempenho eficiente ou satisfatório na hora de ler um livro ou de escrever um texto para concurso ou vestibular.
Sem uma Memória de Longo Prazo (MLP) é difícil o acesso ao léxico na hora de redigir textos ou fazer uma leitura compreensiva. Ler para aprender começa por uma leitura compreensiva de uma obra literária, como a dos clássicos da literatura brasileira (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Rachel de Queiroz entre outros) e não se limitar a responder as questões da “ficha de leitura”, anexa ao livro.
Ler, pois, é inferir idéias e construir, como patrimônio próprio, cosmovisões do meio social, da vida, das relações pessoais, das formas de poder, da civilização, e mais, atribuir sentidos, significados plurais, ao que leu, de modo a aplicar informações e reconhecimentos retidos na vida acadêmica e pessoal.
Uma obra, como o Cortiço, de Aluísio Azevedo, não poderá ser traduzida apenas como uma descrição do quadro social do Rio de Janeiro no final do Século XIX, mas como uma crítica do autor, naturalista, à forma predatória com a qual Portugal dominou o Brasil no período colonial.
A escola, não poucas vezes, insiste em questões genéricas como “ qual o gênero dessa obra”, “a que escola pertence o autor x ou y”, “ quem é o personagem plano, redondo....”. Procedendo assim, a escola funciona como uma espécie de “cemitério oficial de leitores hábeis”.
Alguns professores, nesses “cemitérios leitores”, funcionam não como facilitadores e estimuladores da aprendizagem eficaz, mas verdadeiros “coveiros” de cérebros da leitura. Muitas vezes, as preocupações dos pais com o desempenho leitor dos filhos são aparentemente pequenas. Todavia, procedem não poucas vezes.
Alguns pais, decerto, exageram nas expectativas de seus filhos quanto à escrita ou à leitura, mas a desconfiança é ainda, para os pais, um bom indício do que, realmente, pode estar ocorrendo na formação lectoescritora do filho.
Ser leitor ou escritor (sem uma conotação de ser um homem de mídia, artes ou letras) é tarefa escolar e os pais não podem abrir mão de cobrar da gestão escolar, isto é, governos, conselheiros educacionais, diretores, coordenadores e professores, a proficiência lectoescritora de seus filhos.
A sociedade escolheu, entre as instituições sociais, a escola para trabalhar com os cérebros da leitura e da escrita de nossos filhos. Ocorre que muitas crianças, com dificuldades de lectoescrita, especialmente a falta de habilidade leitora, não chegam à compreensão significativa do assunto da obra.
Os pais e os professores, doutra sorte, almejariam que seus filhos-leitores alcançassem, após a leitura de uma obra, pelo menos, à compreensão das palavras, das frases e do seu mecanismo de funcionamento.
Alguns educandos, com formação escolar, tornam-se maus leitores, que não resistem a uma simples soletração cumulativa, alfabética, ou mesmo a dizer o significado literal, ao pé da letra, de uma palavra num ambiente textual. Um mau leitor, no ensino médio, pode ser gerado ou forjado no ensino fundamental.
Tomemos, por ilustração, alguns alunos, com dificuldades específicas de lectoescrita, já no final do primeiro ciclo do ensino fundamental, fazem a troca dos grafemas simétricos (a escrita espelhada de b,p,d e q) ou de fonemas que têm o mesmo modo ou ponto de articulação, como t/d, f/v, b/p principalmente.
O que fazer se a dificuldade dos educandos está na palavra, no signo gráfico e não no texto como um todo? Alguém que tenha dificuldade de compreender uma palavra terá alguma chance concreta de entender bem uma frase? Terá sido eficiente a educação infantil ou a classe de alfabetização, quanto ao desenvolvimento cognitivo e leitor da criança, na preparação para a leitura inicial ou intermediária? São questões que inquietam pais, professores e investigadores de problemas de linguagem.
Muitos pais, sem uma resposta eficaz da escola, procuram, fora do ambiente escolar, profissionais como fonoaudiólogos, pediatras, neurologistas e psicopedagogos, na busca de superação do problema. Muitos profissionais, por seu turno, atuam, prontamente, na reeducação da linguagem verbal. Sugerem caminhos, entretanto, as dificuldades de lectoescrita são específicas da leitura e da escrita.
Os que se aventuram a entender e a intervir, profissionalmente, na terapia das habilidades lingüísticas, devem conhecer sobremaneira aportes da teoria da aquisição, processamento e desenvolvimento da linguagem. Não é por acaso que, hoje, os profissionais de saúde (mais do que os professores) são os grandes leitores e autores de obras relacionadas com as patologias de linguagem. Há uma “medicina pedagógica” (pediatria, neurologia, psiquiatria etc) que já vem ocupando os vazios deixados pelos pedagogos tradicionais quando diante de situações em que as crianças não aprendem a escrever e a ler bem apesar de ter as condições objetivas oferecidas para uma formação eficaz.
Com a ajuda desses profissionais da educação e reeducação lingüística, que se dedicam à terapia da linguagem, bem como ao diagnóstico e intervenção psicopedagógica, o problema da dislexia, disgrafia ou disortografia, tem sido aparentemente amenizado, compensado, mas não significa a superação definitiva dos distúrbios. Se estamos tratando de atrasos lingüísticos, de ordem psicolingüística, a solução está no processo de formação escolar, portanto, sua natureza é pedagógica, didática, passa por uma relação nova entre professor, aluno e escola.
3. Insucesso da escola no ensino lectoescritor
As famílias têm uma responsabilidade na matrícula e permanência de seus filhos nas escolas, mas é, no ambiente escolar, que devem ser asseguradas, realmente, as condições de aprendizagem. Os problemas de leitura e escrita deveriam ter resposta eficaz no meio escolar, num trabalho interdisciplinar, contando, é claro, com a ajuda externa de profissionais da psicologia, da fonoaudiologia e da Medicina (pediatria e neurologia).
As soluções de problemas lingüísticos devem ser respondidos porque todos aqueles que atuam diretamente com a linguagem (todos os professores são professores de linguagem, em potencial), de modo a apresentar soluções sejam endógenas, de dentro pra fora da escola, sem perder de vista às especifidades do processo lectoescritor, que é, como disse, de origem pedagógica, que tem uma natureza didática, e, por isso mesmo, as soluções, definitivas ou temporárias, devem advir do próprio ambiente e dinâmica da escola.
O professor, principal agente do processo reeducador, deveria ou deve ser o mais aplicado, o mais qualificado, nas questões referentes à pedagogia da lectoescrita. Sem um trabalho consistente da escola, as trocas de letras simétricas, por exemplo, tendem a persistir na fase adulta. Em alguns casos, claro, com menos freqüência.
Outras vezes, uma síndrome que acompanhará a criança, o jovem e o adulto por toda sua vida. É necessário o trabalho de reeducação lingüística, isto é, formar a consciência lingüística, especialmente a fonológica, quer dizer, a consciência dos sons da fala. É papel da escola ensinar bem o sistema fonológico da língua, sua distribuição, sua classificação e sua variação.
A escola precisa ensinar, desde cedo os conceitos lingüísticos, de vogal e consoante, ditongo, hiato, enfim, no ensino da língua materna. É esta consciência fonológica ou lingüística que fará com que a criança, ao escrever palavras com letras simétricas (p, b, p, q), pense e repense sobre o processo da escrita alfabética. Uma das conseqüências da falta de consciência fonológica é, na escrita formal, os alunos, “saltarem” grafemas, por exemplo: coisa, ela escreve coia/ glóbulo/gobulo.
Quando trocas, omissões e substituições de fonemas/grafemas ocorrem no processo de formação lectoescrita, não temos dúvida de que a escola foi omissa ou negligenciou um ensino fonológico eficaz da língua materna.4. Defeitos na aprendizagem da lectoescrita
Falar e escrever são duas habilidades complexas no âmbito das habilidades lingüísticas. Expressar-se verbalmente, oral ou escrito, é habilidade que não nasce com o ser humano. A escola é, no âmbito das instituições sociais, a escolhida pela sociedade para o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita, fala e escuta. A fala, porém, deveria ser, para a escola, a habilidade inicial, básica, ponto de partida, para um trabalho mais acurado na formação lingüística das crianças.
A escola, todavia, tem tomado a fala espontânea, particularmente a que resulta da variação popular, como expressão errada, o que configura o chamado preconceito lingüístico. Os pais e educadores ou todos aqueles profissionais que operam com diagnóstico e intervenção psicolingüísticas devem ficar atentos para a idade de aquisição da linguagem.
Além de um determinante constitucional, o acesso obrigatório da criança ao ensino fundamental, a partir dos 7 anos, atende, também, uma etapa importante para seu desenvolvimento cognitivo, suas competências e habilidades lingüísticas. A partir de 8 ou 9 anos de idade e, já no final do primeiro ciclo do ensino fundamental, é importante que os educandos estejam proficientes na escrita e na leitura inicial.
A proficiência é um indicador importante do sucesso ou êxito escolar. Quando há dificuldade significativa e persistente na escrita ou na leitura inicial ou intermediária da criança, podemos dizer, de alguma maneira, que há fracasso escolar.
Assim sendo, os familiares devem redobrar suas atenções à expressão oral ou escrita dos filhos, de modo a verificar, de logo, indícios de defeitos de aprendizagem de leitura e de escrita das crianças. Uma boa e recomendável iniciativa é a de família escolarizada começar pela articulação escorreita dos sons da fala (os fonemas) e a escrita alfabética (os grafemas ou as letras). As trocas, substituições e omissões de fonemas, na fala ou na leitura, refletem deficiência na aprendizagem lectoescritora.
A troca de fonemas, como p/b, p/q, f/v, entre tantas unidades sonoras e distintivas do sistema consonantal do português, por exemplo, nessa fase, reflete, muitas vezes, uma deficiência de ordem lingüística (e não um déficit necessariamente neurolíngüístico), na formação lingüística inicial (alfabetização e letramento) da criança.
Uma criança que troca fonemas na fala ou que faz confusão na correspondência entre grafema-fonema e fonema-grafema parece sugerir, para os educadores e lingüistas, que há uma deficiência na formação pedagógica. Daí, ser o método lectoescritor um dos objetos da chamada lingüística educacional ou pedagógica. Sabemos que muitas deficiências estão enraizadas na própria pedagogia.
Muitos de nossos alfabetizadores, em que pesem os anos de experiência, o esforço exemplar, a dedicação ao magistério, têm deficiência de formação para o magistério escolar. Nas escolas, por vezes, ocorre a má instrução do ensino de leitura ou escrita. Pensemos, primeiramente, como uma ocorrência involuntária. Todavia, traz, ao longos dos anos de formação escolar, conseqüências sérias para o processo lectoescritor.
Um professor (ou professora), de educação básica, que diz que vogal é letra ou que não sabe discriminar, numa palavra, a quantidade de fonemas e letras, decerto, não conseguirá ministrar um ensino sistemático, seguro e coerente. Seu aluno, com certeza, terá dificuldade de soletração ou prosódia de algumas palavras.
Uma escola que ensina, por exemplo, termos, no sistema fonológico do português, apenas 5 vogais, está dando bases precárias, de ordem metalingüística, para a leitura, o que acaba por levar o educando à aquisição de uma dislexia pedagógica. Entendendo dislexia aqui como um termo estritamente lingüístico-pedagógico e não um transtorno à luz do psicólogo ou um déficit neurológico como quer um neurologista cognitivo. Sabemos que são 12 vogais. São 7 as vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/ /ô/ e /u/ e 5 nasais: /an/, /en/, /in/, /on/ e /un/. Vogais são os sons da fala. Vogais não são letras. Vogais são fonemas, isto é, unidades sonoras distintivas da palavra. Vogais têm a ver com a leitura.
Sem esse entendimento, não como vislumbrar um ensino a favor da consciência metalingüística dos sons da fala. As letras, que representam as vogais ou sons da fala, têm uma estreita relação com a escrita. A decodificação, fase importante na leitura, anterior à compreensão leitora, requerer o reconhecimento das letras ou dos grafemas, das diversas manifestações gráficas dos grafemas no sistema escrito. Ler e escrever se complementam, mas não são habilidades que tem níveis homogêneos. Falar bem não é garantia de uma boa escritura. Escrever bem não garante uma boa leitura. Quem lê mais amplia seu conhecimento prévio na hora de redigir, mas, ambos, escrita e leitura, são processos que têm suas especificidades. Como disse, numa palavra: a escrita não é espelho da fala.
Como se diz, como se fala, como se pronuncia o nome das pessoas ou objetos, não é, necessariamente, como se escreve. Não há uma correspondência biunívoca entre fonema ou som da fala com a escrita, com os grafemas. Nos casos em que crianças apresentam, insistentemente, a troca de letras, podemos supor, por exemplo, uma dificuldade por motivação fonológica. Uma informação lingüística ou metafonológica no processo de formação escolar faz diferença na habilidade lectoescritora da criança. Quem aprender a refletir a língua compreenderá melhor seus lapsos ou vícios de linguagem. A fonologia, parte da gramática, que trata dos fonemas, é de suma importância para a escrita e para a articulação de palavras. Vejamos, por exemplo, os fonemas /t/ e /d/ são consoantes linguodentais.
Uma surda (/t). A outra sonora (/d/). Os pais devem estar atentos quanto à articulação desses fonemas. Devem, pois, começar por observar, atentamente, a fala espontânea, típica, de seus filhos. Perguntas como “o que ocorre, com a escrita, depois de um ditado?” ou “estão sendo bem articulados por seus filhos na fala espontânea ou na leitura de textos escolares?” devem fazer parte do centro de interesse pedagógico e preocupação familiar dos pais. Então, se não estão aprendendo bem a estrutura fônica da língua, que tal um trabalho com as cordas vocais, para que os percebam a diferença quanto à sonoridade ? É uma hipótese importante. Em geral, quando ocorre esse déficit fonológico, essa hipótese há de ser confirmada na pronúncia ou soletração de consoantes labiodentais, como: /f/ e /v/ e as labiodentais /p/ e/b/.
Os pais, com ou sem formação superior, devem ter o hábito de abrir as gramáticas escolares que, infelizmente, trazem regras pouco claras. Ainda assim, as gramáticas trazem informações que podem esclarecer, por dedução, regras a partir das informações dos fatos ou fenômenos lingüísticos. Quem lê uma gramática sem se preocupar com a memorização de regras, e sim, comprometido em efetivamente compreendê-las, acaba tirando dividendos da matalinguagem gramatical: a explicação do código pelo código.
É interessante que a classificação das categorias gramaticais ou a terminologia da teoria da linguagem, não poucas vezes, são motivadas, trazem uma herança grego-latina da linguagem se confundindo com o ser, com a coisa, como o fato gramatical. Um advérbio é um é uma categoria que modifica o verbo (o adjetivo e o próprio advérbio também) porque é um “ad verbio”, isto é, uma categoria gramatical que fica próxima ao verbo. Um advérbio morfossintaticamente é uma categoria que se combina na estrutura oracional com o verbo, complementa seu sentido em diversas circunstâncias (modo, companhia, negação etc). A gramática não ensina assim, mas a terminologia nos sugere esta educação lingüística pela palavra.
A gramática não diz uma regra morfossintática simples assim como fizemos acima, como a do emprego do advérbio, sugerida, como ilustrei, na terminologia da própria palavra, mas uma releitura ou mesmo na “psicanálise de sua expressão”, de sua de sua terminologia histórica, herança dos antigos, descobre-se que a nomenclatura da gramática normativa, normalmente, é motivada, sugestiva, e assim, acabamos por chegar a uma conclusão da operação lingüística.
A gramática ensina que “antes de P e B não se escreve N e sim M”, mas não explica nada. Prescreve regras. Entretanto, se repararmos bem: /b/, /p/ e /m/ são fonemas bilabiais.
O fonema /n/ é linguodental. Por isso, devemos escrever M e não N. É, pois, uma regra fonológica. Portanto, uma boa explicação do fenômeno fonético, presente na regra gramatical acima, ensinada desde cedo no ensino fundamental, promove a consciência metafonológica da criança. Desse modo, os pais não devem ter qualquer cerimônia para abrir uma gramática ou um dicionário escolar na tarefa coadjuvante de ensinar a língua materna.
Aos filhos, com dislexia escolar, pode um pai ou mãe (ou mesmo um irmão mais velho) abrir a Gramática, na parte relativa à fonologia, e ver o quadro das consoantes da língua portuguesa. As vogais, mais simples, são distribuídas em central (/a/), anteriores (/ê/, /é/, /i/) e posteriores (/ô/, /ô/ e /u/), sempre sugerindo uma explicação, uma descrição para o funcionamento dos fonemas no contexto da palavra. Por que dizemos, na leitura, /pedru/ se a palavra termina com a letra o? Lemos os fonemas. Escrevemos as letras.
As letras apenas representam, na escrita, os sons da fala. A família observará , lendo as gramáticas escolares, como são classificados os fonemas quanto ao modo e ponto de articulação. Um exercício operatório com a articulação ou produção dos fonemas é de grande valor no ensino da lectoescrita.
Senão vejamos: a) Deve, pois, a família, fazer sua educação ou reeducação lingüística. Articular cada fonema, vogal e consoante. Observar como o filho está pronunciando os fonemas. b) Em seguida, pedir para que o filho ou filha olhe o movimento de seus lábios quando articulam fonemas em algumas palavras do cotidiano (papai, bola, caderno, faca, tarefa etc). Quem aprende a olhar, a observar, aprende a teorizar.
A palavra teoria, de origem grega, quer dizer, ao pé da letra, “aquilo que vem do olhar”. Quem olha aprende a pensar. Quem pensa a língua, quando fala, lê, escuta ou escreve, é capaz de fazer reflexão metalingüística. c) Pedir também que imitem sua articulação dos sons das fala é um modo antigo, tradicional, mas interessante de aprender. Há um ditado latino que diz: a repetitio studiorum mater est (A repetição é mãe do conhecimento). A repetição acaba por levá-los, assim, à consciência dos fonemas.
Um pai ou uma mãe que assim se disponha a ensinar, mesmo não sendo um(a)pedagogo(a) ou lingüista de formação, poderá, com esse procedimento, ajudar na formação leitora de seus filhos. As famílias têm, pois, um importante papel na formação escolar de seus filhos.5. Ensino da história da língua materna
Na condição de pais ou educadores, sempre desconfiemos do que pode estar ocorrendo na formação escolar dos filhos. Às vezes, a escola deixa de dizer, por negligência ou incompetência, que as letras do alfabeto surgiram, a 3.000 anos, antes de Cristo. O “a” ou o “A”, minúsculo ou maiúsculo, foram inspirados na “cabeça de um boi”; a letra “b” foi inspirada, por sua vez, numa “casa mediterrânea de teto achatado” e que o “p” foi motivado, em seu traçado, por “uma boca” e assim por diante.
A escola precisa desenvolver essa competência lingüística. Na verdade, quis dizer até aqui o seguinte: a escola precisa devolver à criança a competência lingüística e metalingüística, para que cumpra (a escola) o papel de desenvolver a capacidade do educando de ler para aprender, de escrever para aprender, de aprender a aprender.
Revelar que a língua é histórica, que seu alfabeto tem origem grega, tem influência hebraica, tem marcas dos signos semíticos e traz também as marcas pictográficas de hieróglifos egípcios, é de extrema importância para o reconhecimento das letras, para decodificação, primeira etapa da leitura proficiente. A história das letras do alfabeto devem fundamentar as aulas de língua materna na educação infantil e no ensino fundamental. Assim procedendo, cedo o professor ou pai desconfiará ou desconfiarão, quando do processo escritor da criança, que um erro na caligrafia pode ser motivado por questão de lateralidade nos traços das letras.
A desconfiança docente ou dos pais servirá como boa hipótese significativa para uma pedagogia compensatória no quadro da deficiência lingüística. Refiro-me a uma pedagogia de ensinar coisas simples. Ensinar bem é ensinar com simplicidade, com objetividade. Aliás, a ciência da linguagem, a lingüística, se caracteriza pela explicação e descrição claras dos fenômenos da linguagem. Vejamos, por exemplo, “p” e “b” como são letras parecidas.
Quando a perninha desce é um “p” , mas quando sobe é um “b”. Subir e descer. Descer e subir. Espaço. Lateralidade. Fácil para os adultos. Grande complexidade lingüística para as crianças na educação infantil e no ensino fundamental.
Uma letra (ou grafema) parecida com um outro signo gráfico, mas com traçado diferente, pode representar, na leitura, um som diferente e, conseqüentemente, trará significado diferente na produção lexical, frasal e textual. Fácil, não? Os professores estudaram os fatos da língua. Sabem disso informações da aquisição, desenvolvimento e processamento da linguagem. Mas uma criança aos 9 anos pode não armazenar as informações lingüísticas de forma eficiente. Quando não se aprende a grafar bem pode ser uma deficiência de percepção espacial, de lateralidade. Pode ser, pois, uma deficiência cognitiva.
6. Desenvolvimento da capacidade de aprender
É preciso que a escola ensine aos educandos, especialmente os da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), como se dá, realmente, o processo de aquisição do conhecimento da linguagem.
As crianças, desde cedo, precisam entender como se processa, no cérebro das pessoas, o armazenamento, por longo prazo, das informações lingüísticas, imprescindíveis para a fala, a escrita, a leitura e a escuta.
Tal ensinança servirá não só para o ensino da língua materna como também para as demais disciplinas escolares.
Um cálculo como 34 x 76 tem muito a ensinar além do seu produto final. Alguns professores de matemática ou língua materna se concentram no resultado da instrução ou resolução da questão, no produto, enfim, e se esqueçam de que o processo é a base mais legítima para uma avaliação formativa, em que se valoriza cada etapa trabalhada e vencida pelo aluno. A avaliação formativa valoriza todos as partes do todo e se volta para aprendizagem ou o reaprender da criança.
A avaliação somativa, ao contrário, julga o todo por uma parte, por uma parcial no processo de formação, unicamente com a preocupação de julgar.
Quando pensamos em lectoescrita, uma operação elementar de multiplicação, por exemplo, chega a ser reveladora do processo cognitivo a que as crianças estão submetidas na hora de operar cálculos na mente e no papel (este, uma espécie de prolongamento da memória operativa), posto que esta operação elementar se efetiva no cálculo da soma de n parcelas iguais a um número m.
A Matemática e a Escrita estão bem próximas nesse ponto, isto é, ambas, têm uma natureza processual e cognitiva. Pois bem, teríamos os seguintes procedimentos no caso da multiplicação: a) Distribuição espacial, em diagrama, dos fatores que participam da operação matemática, isto é, 34 e 76.; b) Efetuamos, no segundo momento, a operação entre multiplicador x multiplicando. Observar-se-á nesse caso que o multiplicador é o fator que indica quantas vezes se há de tomar o outro para efetuá-lo.
O Multiplicando é o número que se há de tomar tantas vezes quantas são as unidades do multiplicador. c) Por fim, chegaremos ao produto, isto é, o resultado da operação, da “produção” do cálculo.
A dialética, como fundamento da metodologia processual no ensino-aprendizagem das habilidades lingüísticas e matemáticas, está presente, portanto, na matemática elementar ou na produção de texto, discursivo ou dissertativo. Um texto, à guisa de uma operação elementar de multiplicação, é um processo constituído também de fases: a) Introdução, b) desenvolvimento e c) conclusão. Uma operação de multiplicação de 34 X 76 poderia introduzir uma aula de produção escrita em que se vai se ensinar e descrever, por analogia, a estrutura básica e processual de um texto.
Como disse acima, se a escola tem em vista à avaliação, o método processual, na matemática, na leitura, na escrita ou em qualquer outra disciplina , há de ser instrumento salutar para professores e alunos. No momento da avaliação, a idéia de processo volta a ser o centro da atenção docente.
A avaliação formativa tem como pressuposto o processo, o reconhecimento de que os meios são importantes para os fins últimos da aprendizagem. As crianças precisam aprender e apreender essas informações da linguagem, da leitura, da escrita e do cálculo, com clareza e de forma prazerosa, lúdica.
Quem sabe, ensina. Quem ensina, deve saber os conteúdos a serem repassados, gradualmente , para o aluno. A escola precisa levar as crianças ao reino da contemplação do conhecimento. Vale o inverso: a escola deve levar o reino do saber às crianças. As crianças são os regentes do reino do saber. Nas ruas, as crianças não aprenderão informações metalingüísticas como os conceitos de língua, fala, vogal, semivogal, dígrafo etc. Farão, claro, hipóteses metalingüísticas sobre os fenômenos fonéticos, as ocorrências fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas, extraídas, quase sempre da fala ou da escuta espontâneas.
Uma criança aprende na rua uma expressão “eu tô maluco”, mas só a escola é capaz de advertir que, na língua culta, a forma ideal, de uma sociedade letrada, burguesa, é “ eu estou maluco”, mas relativa que a língua, por sua natureza social, sofre muitas alterações na sua forma e substância no tempo e no espaço.
Por isso, a escola pode dizer que a língua histórica , por uma série de transformações lingüísticas (metaplasmos) e estruturais, em decorrência da dinâmica social e variações diatópica (geográfica) e diastrática (social) próprias dos idiomas ditos modernos, transformou uma forma verbal consagrada, pelas gramáticas eruditas, como “estou”, em “tou” na língua popular e aqui, nesse reino da língua espontânea, um ditongo em “tou” passou a monotongo em “tô”.
Aprender o funcionamento da língua é muito interessante. É na escola, com bons professores, que as crianças aprenderão que informações da metalinguagem da língua materna lhes darão as competências e habilidades requeridas para a leitura e para a sociedade do conhecimento, dentro e fora da escola. Nos lares, a tarefa de reforço do que se aprende na escola se constitui um complemento importante, desde que os pais se sintam parte do processo. Aliás, a educação escolar, de qualidade, comprometida com um ensino produtivo, é um dever do Estado e das instituições de ensino, públicas ou privadas.
Doutra maneira, a educação lingüística, do escrever para aprender, do ler para aprender, é dever, também, repartido e compartilhado por familiares e instituições educacionais e uma co-esponsabilidade social dos que operam com os saberes sistemáticos, que se voltam para o desenvolvimento humano, para a qualificação para o trabalho e para o exercício da cidadania. Quando nos referimos ao conhecimento, a família e a sociedade, como um todo, devem engajar-se na tarefa de garantir o acesso ao ensino de qualidade a todos que desejam conhecer e aprender saberes acumulados historicamente pela humanidade e favorecer a educação lingüística do seu povo.
7. Bibliografia:
1. CAMPS, Anna, RIBAS, Teresa. La evoluación del aprendizaje de la composición escrita em situación escolar. Madrid: CIDE/MECD, 2000.
2. DOCKRELL, Julie, MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
3. ELLIS, Andrew W. Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, l995.
4. FONSECA, Vitor da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2a. edição revista e aumentada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
5. GARCÍA, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, l998.
6. GATÉ, Jean-Pierre. Educar para o sentido da escrita. Tradução de Maria Elena Ortega Ortiz Assumpção. SP: EDUSC/COMPED/INEP, 2001.
7. GERBER, Adele. Problemas de aprendizagem relacionados à linguagem: sua natureza e tratamento. Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
8. MASSINI-CAGLIARI, Gladis, CAGLIARI, Luis Carlos. Diante das letras: a escrita na alfabetização. Campinas, SP: Mercado de Letras/ALB/FAPESP, 1999.
9. PÉREZ, Francisco Carvaja, GARCIA, Joaquín Ramos. Ensinar ou aprender a ler e a escrever? Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
10. SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. Produção de Maria Augusta Bastos de Mattos. 4ª EDIÇÃO. SP: Globo, l99l.
11. TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogia da linguagem escrita. Tradução de Beatriz Cardoso. 8a. edição. Campinas, SP: UNICAMP/Vozes, 1996.


Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA),de Sobral, Ceará, Brasil.E-mail: vicente.martins@uol.com.br




sexta-feira, 15 de junho de 2007

RELATE-ME SEU CASO DE DIFICULDADE EM LEITURA, ESCRITA E ORTOGRAFIA


Estimados amigos internautas, alunos e colegas na área de Lingüística, Pedagogia e Psicopedagogia:

DISPONIBILIDADE PARA VIAGENS

Para contatos acadêmicos, profissionais e convites para participação em congressos, seminários e jornadas na área educacional e lingüística, entrar em contato através dos seguintes fones:085 - 32915271 ouFORMAS DE CONTATONa UVA, ligar para 088-3611-6669.Celular: 9911-0892.O e-mail é o contato mais imediato (aconselhável): vicente.martins@uol.com.brNo caso da mensagem eletrônica, sempre detalhar a solicitação de informação ou contato.

RELATO DE DIFICULDADES

No caso de relato de dificuldades específicas de linguagem (dislexia, disgrafia e disortografia), para ser comentado pelo professor Vicente Martins, é solicitado ao interessado informar idade, nível de instrução, cidade e principais queixas de pais, professores e alunos sobre o desempenho leitor, escritor ou ortográfico.

a) Qual sua idade, série ou ano do nível de educação básica em que estuda?

b) Durante a leitura em voz alta, o ocorre com a criança, jovem ou adulto? O que os professores têm observado quanto ao desempenho leitor da criança?

c) Na família, há registro de dificuldades em leitura, escrita(produção de idéias e organização de idéias no texto) e ortografia? Que outras dificuldades os pais e professores têm observado além das habilidades lingüísticas?

d) Quanto à memória da criança, o que ocorre para memorizar tabuada, dias da semana, os meses dos anos? Apresenta que tipo de dificuldade em compreender o texto lido ou uma informação durante a leitura de um texto por outrem ou em situação de exposição oral?

e) Quanto à escola, que método de leitura foi utilizado durante sua alfabetização? O construtivista ou método fônico(alfabético, por exemplo)? Como ocorreu sua alfabetização? Como aprender a ler? Descreva, em detalhes, as dificuldades observadas durante a fase de alfabetização em leitura.Apresente ao professor Vicente Martins outras informações que julgar importantes para o pronunciamento ou comentário do caso.

PERFIL PROFISSIONAL

Vicente Martins é professor, há 14 anos, dos Cursos de Letras e Formação de Professores da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral,Estado do Ceará, Brasil. Mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduado e graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará(UECE). Escreve regularmente para as principais revistas e sites educacionais do país.

Aos 44 anos, o professor Vicente Martins dedica-se ao magistério há mais de duas décadas, com experiência no magistério para educação básica e, no magistério de educação superior, com pesquisas acadêmicas nas áreas de dificuldades de aprendizagem de leitura,escrita e ortografia. Na UVA, em Sobral, criou as disciplinas Dislexia, Disgrafia e Disortografia, para a formação de professores na Área de letras, graduação e pós-graduação lato sensu.

ÁREAS DE INTERESSE

O professor Vicente Martins faz pesquisa na área Lingüística (Fonética, Fonologia e Ortografia do Português), Aquisição da linguagem e tem atuação psicopedagógica nas áreas de Leitura (dislexia - dificuldade específica em leitura), Escrita (disgrafia - dificuldade específica em escrita) e Ortografia (disortografia - dificuldade específica em ortografia) nos níveis de educação básica (infantil,fundamental e médio).

SUGESTÕES DE LEITURA

Para os internautas que desejam fazer leitura de artigos (de minha autoria) e de outrem, uma boa dica é o site www.psicopedagogia.com.br. No buscador http://www.google.com.br, com os termos "vicente martins" dislexia, disgrafia e disortogfrafia, o internauta poderá capturar os principais artigos do professor Vicente Martins, publicados na Internet

RELATE-SE SEU CASO DE DIFICULDADE EM LEITURA, ESCRITA E ORTOGRAFIA





Estimados amigos internautas, pais de alunos, alunos e colegas na área de Lingüística, Pedagogia e Psicopedagogia:


DISPONIBILIDADE PARA VIAGENS


Para contatos acadêmicos, profissionais e convites para participação em congressos, seminários e jornadas na área educacional e lingüística, entrar em contato através dos seguintes fones: 085 - 32915271 ouFORMAS DE CONTATO Na UVA, ligar para 088-3611-6669. Celular: 9911-0892. O e-mail é o contato mais imediato (aconselhável): vicente.martins@uol.com.brNo caso da mensagem eletrônica, sempre detalhar a solicitação de informação ou contato.



RELATO DE DIFICULDADES


No caso de relato de dificuldades específicas de linguagem (dislexia, disgrafia e disortografia), para ser comentado pelo professor Vicente Martins, é solicitado ao interessado informar idade, nível de instrução, cidade e principais queixas de pais, professores e alunos sobre o desempenho leitor, escritor ou ortográfico.


a) Qual sua idade, série ou ano do nível de educação básica em que estuda?


b) Durante a leitura em voz alta, o ocorre com a criança, jovem ou adulto? O que os professores têm observado quanto ao desempenho leitor da criança?


c) Na família, há registro de dificuldades em leitura, escrita(produção de idéias e organização de idéias no texto) e ortografia? Que outras dificuldades os pais e professores têm observado além das habilidades lingüísticas?


d) Quanto à memória da criança, o que ocorre para memorizar tabuada, dias da semana, os meses dos anos? Apresenta que tipo de dificuldade em compreender o texto lido ou uma informação durante a leitura de um texto por outrem ou em situação de exposição oral?



e) Quanto à escola, que método de leitura foi utilizado durante sua alfabetização? O construtivista ou método fônico(alfabético, por exemplo)? Como ocorreu sua alfabetização? Como aprender a ler? Descreva, em detalhes, as dificuldades observadas durante a fase de alfabetização em leitura.Apresente ao professor Vicente Martins outras informações que julgar importantes para o pronunciamento ou comentário do caso.



PERFIL PROFISSIONAL



Vicente Martins é professor, há 14 anos, dos Cursos de Letras e Formação de Professores da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral,Estado do Ceará, Brasil. Mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduado e graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará(UECE). Escreve regularmente para as principais revistas e sites educacionais do país.



Aos 44 anos, o professor Vicente Martins dedica-se ao magistério há mais de duas décadas, com experiência no magistério para educação básica e, no magistério de educação superior, com pesquisas acadêmicas nas áreas de dificuldades de aprendizagem de leitura,escrita e ortografia. Na UVA, em Sobral, criou as disciplinas Dislexia, Disgrafia e Disortografia, para a formação de professores na Área de letras, graduação e pós-graduação lato sensu.


ÁREAS DE INTERESSE


O professor Vicente Martins faz pesquisa na área Lingüística (Fonética, Fonologia e Ortografia do Português), Aquisição da linguagem e tem atuação psicopedagógica nas áreas de Leitura (dislexia - dificuldade específica em leitura), Escrita (disgrafia - dificuldade específica em escrita) e Ortografia (disortografia - dificuldade específica em ortografia) nos níveis de educação básica (infantil,fundamental e médio).


SUGESTÕES DE LEITURA


Para os internautas que desejam fazer leitura de artigos (de minha autoria) e de outrem, uma boa dica é o site http://www.psicopedagogia.com.br/. No buscador http://www.google.com.br/, com os termos "vicente martins" dislexia, disgrafia e disortogfrafia, o internauta poderá capturar os principais artigos do professor Vicente Martins, publicados na Internet.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

COMO EXPLICAR UM PALAVRÃO DE 46 LETRAS



Vicente Martins
Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA)


O adjetivo pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, composto de 46 letras, é datada pelo dicionário do Houaiss de sXX.
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
É um relacionado com o campo de conhecimento médico, que é pneumologia. Registrada em 2001, no Dicionário de Houaiss, é considerada a maior palavra em língua portuguesa.

A palavra pneumologia é datada do século XIX e relaciona-se pois com um dos campos da Medicina: estudo acerca dos pulmões.
Sua etimologia é a seguinte: pneum(o)- ou pneumon(o)- + -logia; f.hist. 1858 pneumología.
Seu sinônimo é pneumonologia, pouco usado.
Como adjetivo, o vocábulo de 46 letras é relativo a, próprio de ou que apresenta pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose.
Sua etimologiapneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose + ico, no padrão gr. -ose: -ótico; ver pneum(o)-, ultra-, 2micr(o)-, -scópico, silic(i/o)-, vulcan(i/o)-, coni(o)- e –ótico.

A palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, também datada do século XX, é um substantivo feminino, relacionado da mesma forma com a pneumologia. Assim, é definida como uma doença pulmonar (pneumoconiose) aguda causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.
A etimologia da palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose é a seguinte: pneum(o)- + -ultra- + microscópico + silic(i/o)- + vulcan(i/o)- + coniose; ver 2micr(o)-, -scópico, coni(o)- e –ose.
Uma base fundamental para a definição da palavra de 46 letras está, pois, na palavra pneumoconiose, que, no campo da pneumologia, é a reação fibrosa crônica dos pulmões à inalação de poeiras, marcada esp. por perda da expansibilidade, fibrose e pigmentação [Recebe nomes diversos segundo o tipo de poeira.]
Outras reações estão, de laguma forma, relacionadas com este vocábulo: . aluminose, antracose, asbestose, bagaçose, beriliose, bissinose, siderose, silicose A origem da palavra pneumoconiose é pneum(o)- + coniose; ver coni(o)-. Seu sinônimo é aerose

pneum(o)-,

É um elemento de composição antepositivo, do gr. pneúmón,onos 'pulmão', conexo com pulmo(n)-, ver; ocorre em voc. já orign. gregos, como pneumonia (pneumonía) e pneumônico (pneumonikós), já em vários cultismos do sXIX em diante, entre os quais pneumectomia, pneumectômico, pneumobrânquio, pneumocele, pneumocélico, pneumococia, pneumocócico, pneumococo, pneumoconiose, pneumogástrico, pneumólise, pneumolítico, pneumologia, pneumológico, pneumologista, pneumólogo, pneumômetro, pneumonalgia, pneumonálgico, pneumonia, pneumônica, pneumônico, pneumonite, pneumonologia, pneumonológico, pneumonologista, pneumopatia/pneumonopatia, pneumopático/pneumonopático, pneumopericárdico, pneumopericárdio, pneumoperitônio, pneumoplegia, pneumoplégico, pneumopleurisia, pneumopleurítico, pneumorradiografia, pneumorradiográfico, pneumorrafia, pneumorráfico, pneumorragia, pneumorrágico, pneumoterapia, pneumoterápico, pneumotomia, pneumotômico, pneumotórax, pneumotoxina, pneumovago; contrastar com pneumat-; ver tb. -pneust

Ultra-

É um prefixo culto ou semiculto, da prep.adv.lat. ultra 'para além de, adiante de, fora de; além, mais longe'; ocorre em voc. formados no próprio lat., como ultramontano (lat.medv.) e ultramundano, e em vários outros, cunhados sobretudo a partir do sXIX (salvo ultramar, ultramarino e ultrajar, atestados desde o sXIII - aquele - e desde o sXVII - estes); na composição em vern., reveste as acp. de: 1) '(para) além de': ultra-existir, ultra-oceânico, ultrapassar, ultra-solar, ultratumular etc.; 2) 'extremamente, em excesso': ultracompetente, ultraconfiança, ultrademocrático, ultragigantesco, ultraliberal, ultra-radical etc.; observar que, nesta última acp., o pref. ultra- adquire um cunho quase popular, com certo matiz pej., quando empregado antes de adjetivos; o V.O. consigna, de ultra-alto a ultrazodiacal, para mais de duas centenas de t. com este pref. (observando que é seguido de hífen, quando se lhe junta el. começado por vogal, h, r ou s); como interpositivo, -ultra-, o el. ocorre, p.ex., em pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose; ver ultraj-

-ultra-

Acepções■ elemento de composição interpositivo, do lat. ultra 'para além de, adiante de, fora de; além, mais longe', ver in fine de ultra-

Micro- (2)

Acepções■ elemento de composição antepositivo, orign. o mesmo que o pref. micro- [ver 1micr(o)-], mas sem a significação convencional de 'fração milionesimal', senão que na original de 'pequeno, curto' (não raro antonimizada com macro- ou mega- e megalo- 'grande', em meio de cujos pólos ocorre, por vezes, meso- 'meio, médio', como em microcéfalo 'de cabeça pequena ou diminutiva', mesocéfalo 'de tamanho médio de cabeça' e macrocéfalo 'de cabeça grande'); ocorre em vocábulos em geral da terminologia científica, do sXIX em diante, que o V.O. registra de micracidental (por microacidental) a micrura (por microúra), cerca de 1.000 pal. com este antepositivo; ver 1mega-, megal(o)- e mes(o)-

-scópico

É um elemento de composição pospositivo conexo com -scopia (ver), formador com o suf. ico de adj. der. dos subst. lá relacionados, sem exceção, pelo padrão (conforme o primeiro exemplo lá registrado) seg.: abdominoscopia:abdominoscópico etc.

O vocábulo -scopia é um elemento de composição pospositivo, do gr. skopéó 'olhar atentamente, considerar, observar, examinar; visar a, ter como objetivo' + o suf. formador de subst. abstratos -ia (ver), em compostos da terminologia científica do sXIX para cá: abdominoscopia, actinoscopia, anemoscopia, astroscopia, broncoscopia, celioscopia, citoscopia, cranioscopia, crioscopia, dactiloscopia, diascopia, ebulioscopia, edeoscopia, electroscopia, endoscopia, entoptoscopia, entotoscopia, esofagoscopia, espectroscopia, estetoscopia, facoscopia, faneroscopia, faringoscopia, fluoroscopia, fundoscopia, gastroscopia, helioscopia, hidroscopia, laringoscopia, microscopia, mixoscopia, nauscopia, necroscopia, oftalmoscopia, organoscopia, ornitoscopia, otoscopia, pelagoscopia, polariscopia, quiroscopia, rabdoscopia, radioscopia, retoscopia, rinoscopia, somatoscopia, tanatoscopia, telescopia, teratoscopia, toracoscopia, ultramicroscopia, uranoscopia, uretroscopia, uroscopia, uteroscopia, zooscopia; ver escop(o)-

O vocábulo Escop(o) é um elemento de composição antepositivo, do v.gr. skopéó 'olhar atentamente, considerar, observar, examinar' e de seu der. skopós,oû 'aquele que observa, vigia, guardião, protetor; alvo, objetivo', ocorrente desde o sXVII em cultismos como: escopo, escopofilia, escopofílico, escopofobia, escopofóbico; ver -scopia e, para contraste, escop-

O vocábulo Escop é um elemento de composição antepositivo, do lat. scópa,ae 'vassoura', conexo com o gr. sáros,ou 'id.' - ver saro-; ocorre nos cultismos escopa, escopária, escoparina, escopário, escopeira, escopeiro, escópula, escopularídeo, do sXIX em diante; para contraste, ver escop(o)-

Silic(i/o)

É um elemento de composição antepositivo, do lat. silex,ìcis 'seixo, pedra; espécie de lava que servia para construção de casas, pavimentação de ruas etc.'; der. latinos: silicèus,a,um 'de pederneira', silicarìus,ìi 'calceteiro', ocorre, tb. sob. as f. si- e sil(i)-, em cultismos, preferentemente da terminologia química e mineralógica, do sXIX em diante, entre os quais sial, silano, silanodiol, silanol, silanotriol, sílica, silicatação, silicatar, silicatizar, silicato, silíceo, siliciado, silicicromo/silicromo, silicífero, silicificar, silicino, silício, silicito, sílico, silicoacetileno, silicoblasto, silicoetano, silicofórmico, silico-hexano/silicoexano, silicooxálico, silicose, silicotúngstico, sima

Vulcan(i/o)

É um elemento de composição antepositivo, do mitôn. lat. Vulcánus,i 'Vulcano, deus do fogo; fig. fogo, labareda, incêndio'; ocorre em cultismos, quase todos do sXIX em diante, à exceção de vulcão (sXIV) e vulcâneo (sXVI), vulcanal, vulcaniano, vulcanicidade, vulcanífero, vulcaniforme, vulcanina, vulcanismo, vulcanista, vulcanístico, vulcanite, vulcanização, vulcanizar, vulcanoclástico, vulcanologia, vulcanologista, vulcanólogo; ver hefesti(o)-

O vocábulo hefesti(o) é um elemento de composição antepositivo, do mitôn. gr. Hêphaistos,ou 'Hefesto, filho de Zeus e de Hera, deus do fogo'; ocorre nos cultismos heféstico, hefestiorrafia e hefestiorréia, do sXIX em diante; ver vulcan(i/o)-

Coni(o)

É elemento de composição antepositivo, do gr. kónis,eós 'poeira'; ocorre já em termos médicos do sXIX em diante, como coniose, coniótico, pneumoconiose, pneumoconiótico, já em termos botânicos do sXIX em diante com a acp. de 'corpúsculo reprodutor, semente', como conídio, coniocisto, coniomicete

-ótico

É uma desinência ou terminação composta do suf. -ose (ver) + suf. ico (ver) segundo morfologia gr.; alterna, não raro, com formas em -ósico (ver); aparece em voc. eruditos, do sXIX em diante: abiótico (abiose), acidótico (acidose), alcalótico (alcalose), hipnótico (hipnose), micótico (micose); por vezes não há esse nexo morfológico (patriótico, despótico, glótico, milótico); em -ose há um quadro abrangente dessa relação

-ose é um sufixo em grande maioria originado do gr. -ósis segundo o padrão gr. amaúrósis 'obscurecimento da visão, amaurose', metamórphósis 'para lá da forma original, metamorfose', anthrákósis 'úlcera maligna, antracose (de carvão, carbúnculo)', o suf. -ose pode ser considerado sob três f.: 1) utilizado principalmente em anatomia e fisiologia para formar nomes subst. que exprimem um funcionamento ou um processo: fagocitose, hematose, meiose, metamorfose, sinartrose; 2) us. em medicina por uma especialização do greco-latino -ose, para formar os subst. de diversos processos patológicos e doenças, sobre uma base que designa quer o órgão, quer parte dele (artrose, dermatose, neurose/nevrose), quer determinada manifestação do processo em causa (furunculose, tuberculose), quer a natureza desse processo (bacilose, silicose); outros ex.: amaurose, cirrose, clorose, equimose, necrose; 3) em química, serve para formar os subst. de certos açúcares da classe dos glucídios/glicídios (glicose/glucose); as bases a que se associa este suf. são muito diversas, quer designando a proveniência do açúcar em causa (maltose), quer sua função (aldose), quer sua propriedade rotatória (dextrose), quer o número de carbonos (e funções) que possui (pentose, hexose); conexo com -ósis em gr. havia o suf. -ótikós (amaúrósis:amaurótikós,ê,ón, port. amaurose, amaurótico), donde a relação em port. -ose:-ótico, que, embora muito dominante, sofre a concorrência colateral de adjetivos de form. vern. tipo -ose:-ósico; a primeira relação (-ose:-ótico) pode ser reputada necessária, isto é, virtual, mesmo quando os vocabulários e dicionários não registrem, para o subst. em -ose, o correspondente adj. em -ótico, enquanto o em -ósico tem menor generalidade e sofre relativa sanção na língua de cultura; a seguir, um levantamento, na base do V.O., revela três situações, 1) axilose ou 2) biocenose (x) ou 3) antracose (xx), que equivalem a dizer que: no primeiro caso se registra o subst. sem adj. conexo; no segundo caso se registra o subst. com um adj. conexo em -ótico; e no terceiro caso se registram o subst. e tb. adj. conexos em -ótico e -ósico (só os subst. calose, exartrose, fimose, flogose, gelose, metamorfose, ninfose, osteose, papilomatose, pseudartrose, ropalose, trifoliose, triquinose têm adj. apenas em -ósico): abiose (x), acantose (xx), aceratose (x), acidose (xx), acoprose (x), acrocianose (x), acromatose (x), acronecrose (x), acroteriose (x), actinomicose (xx), adipose (x), aerobiose (x), agonfose (x), agranulocitose (x), alcalose (x), aldose, alelobiose (xx), alocurtose, amaurose (x), amblose (x), amilose (x), amitose (xx), anabiose (x), anabrose (x), anacefaleose (x), anacenose, anacirtose, anadiplose (x), anaerobiose (x), anamorfose (xx), anastomose (x), ancilose (x), ancilostomose (x), anfiartrose (x), angiosclerose (x), angiose (x), anidrobiose (x), anidrose (x), anortose (x), anoxibiose (x), anquilose (x), antibiose (x), antiptose (x), antracnose (x), antracose (xx), apomeiose (x), aponeurose (x), aponevrose (x), apoteose (x), arabinose (x), argirose, arteriosclerose (x), artrose (x), ascose, aspergilose (x), aterosclerose (x), avitaminose (x), axilose, babesiose, bacilose, bacteriose, balantidiose, bancroftose (xx), baragnose, beriliose (x), biazomorfose, bilharziose (x), biocenose (x), biomorfose (x), blastomicose (x), bromidrose (x), brucelose (x), calciose (x), calculose (x), calicose (x), cancrose (x), carcinose (x), cardiosclerose (x), carpoptose (x), catabiose (x), celulose (xx), cenobiose (x), ceratose (xx), cercosporiose (x), cervicartrose, cetose (x), cianose (x), cifoscoliose (xx), cifose (x), cirrose (x), cisticercose (xx), clorose (x), coccidiose, cofose, colagenose (xx), coreotripanose (x), coxartrose (x), curtose (x), dermatose (x), deuterose (x), dextrose, diabrose (x), diagnose, diamastigose, diartrose (x), disidrose (x), distomatose (xx), disvitaminose (x), eimeriose, ele(c)troendosmose, ele(c)trosmose (x), empiose, enantiose, enartrose, endobiose (x), endosmose (x), enosteose, enostose, enquimose, enterose, epanadiplose (x), epanortose (x), equimose (x), equinococose, eritrose, escabiose, esclerose, escoliose (x), escrofulose (x), espermatose, espirilose, espondilose (x), esquistossomose (x), esteatose, estenose (x), estigmatose, exonirose, exosmose (xx), exostose, facopiose, facosclerose, fagocitose, falacrose, faloncose, fibromatose (x), fibrose, filariose (xx), fimatose, fitonose, fitose, fragmose, frutose, furunculose, fusariose, galactose, gastrose (x), gestose, glicose, glucose, gnose, gomose (x), gonfose, halitose, helcose, helionose, heliose, hemartrose (xx), hematidrose, hematose, heptose, heteromorfose, hexose, hidatidose, hidranose, hidrargirose, hidrartrose, hidronefrose (x), hidrose (x), hieranose, hiperalbuminose, hiperceratose, hiperenterose, hiperidrose, hiperinose, hiperosteose (x), hipersarcose, hipinose (x), hipnose (x), hipocofose, hipotipose, histeroptose, holomorfose, homomorfose (x), homose, ictiopsofose, ictiose, iridoncose, isosmose (x), isquidrose, ixocifose, lactose, leishmaniose, leptospirose (x), leucocitose, leucose (xx), levulose, linfogranulomatose (x), lipomatose, litocenose, litose, lordose (xx), lupinose, macrose, madarose, maduromicose (x), maltose, mascalefidrose, mastoncose (xx), mastoptose (xx), meiose (x), melanose (x), melose, meningose, metassomatose, metempsicose, metemptose, metroptose, micose (x), miose (x), mitose (xx), mononucleose, morfose (x), mucoviscidose, narcose (x), neartrose (xx), necrobiose, necrose (x), nefropiose (xx), nefrose (x), neurose (xx), nevrose (xx), normocitose (x), nucleose, ocronose, odontopleurose (x), odontose, oidiomicose (xx), oncose (x), opistocifose (xx), ortobiose (x), ortocitose, osmidrose (x), osmose (x), osteonecrose (x), osteoporose (xx), otomicose (x), otosclerose (x), otose, otospongiose, oxiurose, paquiblefarose (xx), parabiose (x), parafimose (xx), pentose, periostose, piartrose (xx), picnose, pielonefrose (x), pimelose (xx), piroplasmose (x), pirose (xx), platicurtose, plerose (x), pneumatose (xx), pneumoconiose (xx), poliose (xx), proptose (x), protozoonose, pseudomorfose (x), psicose (xx), psitacose (xx), ptilose, ptose (x), pulmotuberculose, quemose, quilose (x), quitoptose, raquioscoliose (x), rickettsiose (x), rinostegnose (x), ritidose, sacarose (x), salmonelose, saprobiose (x), sarcoidose (x), sarcosteose (xx), selenose, seminarcose (x), sicose (x), siderose, silicose (x), simbiose (x), simptose (xx), sinartrose (xx), sincondrose, sindesmose, sinosteose (xx), sissarcose, sorose (x), talose, teose, tetrose, tiflose, tilose, tireotoxicose (x), toxoplasmose (xx), traqueostenose (xx), treponematose (x), treponemose, triose, trofobiose (x), trofoneurose (xx), trofonevrose (x), trombose (xx), tuberculose (x), uncinariose, uronefrose (x), urose, vacinose, verminose, virose (xx), viscose, vitaminose (x), xantomatose (xx), xantose, xerose (x), xilose, xistosomose, xistossomose, zigose (x), zimeose, zimose (x), zoonose (x), zoose (x)

-ico é um sufixo dim. -ico (do lat.vulg. -icu-/-iccu-), desde as orig. da língua: abanico, amorico, bailarico, burrico, copico, demonico, maçanico, milico, mulherico, nanico, panico, papelico, pelico, santico, testico, veranico, vilancico: o caráter de dim. dimensivo não é prevalente em todos os casos, havendo-os em que seu valor é dominantemente afetivo (pejorativo ou nobilitativos) e havendo-os tb. com a função denotativa de outra coisa; como regressivo ou deverbal ou derivante de verbos em -icar: corrico, fabrico, fico, futrico, fuxico, intrico, mexerico, namorico, paparico, penderico, pinico, saçarico, salpico; observe-se o nexo que há entre o suf. -ico dim. e verbos em -icar, já iterativos, já freqüentativos, já afetivos (pejorativos ou nobilitativos): adocicar (adoçar), afutricar, ananicar, apaparicar (papar), atossicar (tossir), barricar, bebericar (beber), cocoricar, corricar (correr), cosicar, cucuricar, depenicar, descanjicar, despinicar, embarricar, emburricar (emburrar), empeiticar, empelicar, escarnicar, esfornicar, esmordicar (morder), espenicar, estalicar, estorricar (torrar), esturricar (id.), fanicar, forjicar (forjar), fornicar, fujicar, futicar, futricar, fuxicar, gemelhicar (gemer), gemicar (id.), impeticar, infunicar, maticar, mexericar (mexer), modicar, mojicar, mordicar (morder), mupicar, muxicar, namoricar (namorar), paparicar (papar), pendericar (pender), pinicar, piriricar, remenicar, repenicar, saçaricar, salpicar, saltaricar (saltar), siriricar, somiticar, tabicar, titicar, trambicar, tremelicar (tremer), trombicar (trombar), trumbicar (id.)

-ósico é a terminação composta do suf. -ose (ver) + suf. ico (ver) em morfologia vern. (ver -ótico); aparece em voc. eruditos do sXIX para cá: acidósico (acidótico:acidose), calósico (calose), celulósico (celulótico:celulose), filariósico (filariótico:filariose), ornitósico (ornitótico), parafimósico (parafimótico:parafimose), ropalósico (ropalótico:ropalose); em -ose há um quadro abrangente dessa relação

Fonte webliográfica:
http://houaiss.uol.com.br/. Acesso em 11 de junho de 2007.


Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail:
Vicente.martins@uol.com.br